quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O cidadão encostado à parede

Depois do regresso do cidadão, parece que se recolheu outra vez. Pode ser que desta se torne, enfim, mais interveniente e ativo. Afinal de contas o cidadão, pela sua própria designação, tem responsabilidades públicas que não pode enjeitar. O seu destino é desconfiar das autoridades quando estas usam os votos para antagonizarem os votantes e se lhe encavalitarem nas costas enquanto lhe vasculham os bolsos e lhe chupam o sangue.

Mas agora era outra coisa que quero partilhar. Alguns dos cidadãos estão à mostra fora d' a parede. Integrados no Mês da Fotografia de Almada, o cidadão José e o Luís, cidadão, estão numa expo coletiva, as "Digressões" maioritariamente de fotografia, em Palmela, na biblioteca municipal, até 30 de novembro, precisamente.


         Luís Miranda, o olho do fim do mundo, 2012


E ainda nesse dito mês, o Luís, cidadão, apresenta uma mostra individual do projeto "interior/exterior, caminhos na aldeia", na sala Pablo Neruda do Fórum Romeu Correia, em Almada. São vinte imagens que cobrem o período de 2005 a 2012 e que podem dar a entender de modo mais claro que raio de coisa o rapaz tem andado a fazer de máquina na mão, durante tanto tempo. A referidas fotos estão à vista até 30 de novembro, das 10 às 18h, sem interrupções nem sobressaltos, desde que não se apareça às 2as, feriados e dias de greve e outros (que não vislumbro) dias santos e de guarda. Aliás, dias santos são os que têm as imagens à disposição do olhar, logo não se podem ter as portas fechadas.


       Luís Miranda, o paraíso perdido2010

Entrem e divirtam-se, afinal de contas é como se a parede tivesse subido ao primeiro andar.


Luís, cidadão


sábado, 6 de outubro de 2012

5 de Outubro de 2012

Nesta imagem, captada em directo, a bandeira é içada de patas ao ar mas ainda ninguém parece ter reparado nesse interessante pormenor. Abaixo, na caixa informativa, pode ver-se o resultado  do jogo a contar para a Liga Europa entre as equipas de futebol do Panathinaikos, da Grécia e do Tottenham, de Inglaterra, ambas orientadas por treinadores e emigrantes portugueses, Jesualdo Ferreira e André Villas-Boas. A imagem é bem ilustrativa da realidade nacional.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

O regresso do Cidadão



Eram milhares de cidadãos a percorrer ruas e avenidas de Lisboa. Falou-se em 500 mil. Quem lá esteve acredita. De súbito, eis senão quando, 4 deles se encontram, absolutamente por acaso e posam para a posteridade nesta  fotografia (mais uma cidadã). Eram 4 cidadãos exemplares (mais uma cidadã), 3 deles agarrados a maquinetas que fotografam e o outro agarrado a uma cervejita, como de costume. Lá mais atrás uma seta verde indica o caminho da Salvação: Para o Infinito e mais além! como reza o clássico filme. O Paraíso está lá em cima.

O Cidadão Exemplar está de regresso.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

o embaraço da escolha:

 

 cidadão exemplar depois de ouvir um discurso do Passos Coelho 


cidadão exemplar depois de ouvir um discurso do António José Seguro

sexta-feira, 13 de julho de 2012

profissão à rasca!

Hoje vários milhares de profs voltaram a percorrer a Baixa Pombalina, desaguando em S. Bento. Protestam contra a balbúrdia lançada nas escolas pelo ministério da correção, do rigor, da eficácia, do realismo, dos resultados positivos, da igualdade de oportunidades, da atualidade.
Não me lembro de um final de ano letivo tão confuso. As medidas reformistas do ministro Nuno Crato não constituem qualquer projeto, são uma espécie de injeções enchidas à martelada e a trouxe-mouxe, sem o cuidado de expulsar as bolhas de ar. A indefinição do próximo ano vai impedindo coisas simples e óbvias, como a escolha de horários (no caso de existirem), de turmas e a definição de projetos, coisas que é habitual fazer-se por esta altura.


Mais grave de tudo, vai lançar novamente milhares de profs no desemprego, sem contrapartidas, numa reforma evidentemente economicista e danosa que vai ter consequências nefastas na formação dos jovens em idade escolar.


Daqui a uns anos, não muitos, observaremos os resultados destas experiências cujas regras mudam todos os anos. Numa espécie de navegação à vista no interior duma ventania flatulenta.


Pena que estes protestos sejam habitualmente sectorizados e corporativizados . Deviam lá estar os profs e as famílias que também estão a ser prejudicadas. E os alunos (e os pais e encarregados de educação) porque a educação académica e humana se vai tornar mais problemática, logo, sairão do tempo escolar menos apetrechados para sobreviverem no remoinho desta crise sem fim. As instituições que organizam os brados de desagrado, de mal estar e de recusa perecem sofrer de inércia alienada. A virulência da crise paralisou a vontade e a imaginação, deixando desgastar a revolta a conta gotas.


Estaremos condenados a viver como avestruzes?


Luís, cidadão



terça-feira, 10 de julho de 2012

Cidadãos noutras paredes

Vimos aqui dar notícia da participação honorável de dois dos eminentes cidadãos residentes, noutro evento expositivo. Abrilhantaram com as suas imagens a expo coletiva "Digressões, 2012" na Oficina de Cultura de Almada, ali mesmo na Praça S. João Batista em Almada, mesmo agarradinha à paragem do metro.
Podem ver-se as imagens abaixo e mais outras da lavra do cidadão José e de Luís, cidadão. O trabalho mostrado resulta de um processo de reflexão aguda e de maturação lenta. Por isso apela a uma degustação calma, concentrada e descomplexada, para que o efeito prazenteiro seja mais prolongado e profundo. Como a expo estará aberta até 22 de julho (de 4ª a domingo, das 14 às 19 e das 20 às 22), pode ser revisitada sempre que se quiser, retomando as anteriores impressões.


Luís Miranda,  a última cantiga da série: i/e, caminhos na aldeia
fotografia digital


Zé Julião, elemento da série: este é o meu corpo (fotografia de paisagem íntima)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Este gajo outra vez

Muito se falou da licenciatura de Sócrates, agora temos o estranho caso da do Relvas (ler aqui). Fica mais uma vez provado que conseguir um título académico não depende em exclusivo das capacidades individuais reveladas nos bancos da escola.

Relvas fez o seu curso num ano apenas. Ao que parece a sua experiência de vida justifica tão meteórica licenciatura, assim como se tivesse frequentado um curso das Novas Oportunidades mas só que numa instituição de ensino superior.

Pelo registo do seu percurso académico, Relvas foi sempre um aluno medíocre desde os tempos do ensino secundário até aos das várias tentativas falhadas em diferentes cursos superiores. Pelos vistos essa mediocridade acabou por ser convertida em excelência nas suas actividades partidárias (imagina-se).

Este governo acaba com a mama dos que pretendem fazer o ensino básico num ano, mas tem um dos seus figurões mais importantes com um curso superior instantâneo. Isto diz muito acerca do espírito da coisa.

Cidadão exemplar tira uma licenciatura num ano!

RS

quarta-feira, 27 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

O bom aluno


Os ministros do governo português e, principalmente, o nosso presidente da república, não se cansam de dizer que Portugal é um bom aluno na Europa. 

Argumentam que, para merecer essa classificação, os políticos do nosso país têm cumprido com zelo o programa de austeridade imposto pelas instituições internacionais. Ou seja, para Cavaco, Passos Coelho, Paulo Portas e os restantes responsáveis pela governação de Portugal, o bom aluno é aquele que copia para o seu caderno aquilo que o mestre escreve no quadro e, em situação de teste às suas capacidades, revela uma surpreendente capacidade para reproduzir a lição. 

O bom aluno não tem um rasgo de criatividade nem um lampejo de inteligência. O bom aluno comporta-se como deve ser, veste-se a preceito, lava-se bem atrás das orelhas e não revela o mínimo impulso de revolta. 

Portugal é um bom aluno cuja principal qualidade é obedecer de forma canina à voz do dono. Senta! Senta-se. Deita! Deita-se. Rebola! E Portugal rebola-se sob o olhar sarcástico de quem lhe atira ossos como prémio de bom comportamento. 

Ainda assim, nada garante que o bom aluno venha a ter uma boa nota no final. É que, para esta avaliação, o comportamento, atitudes e valores não têm peso nenhum. No final, o que vai contar são os resultados e, nesse domínio, a atitude servil do bom aluno não conta. O que vai ser avaliado são as suas reais capacidades de resolução de problemas. Nesse capítulo o nosso governo e o nosso presidente não têm sido capazes de convencer muita gente. 

Portugal será um aluno capaz de passar muita graxa ao avaliador mas não me parece que o avaliador se deixe embalar em cantigas. Bons alunos como este nem sempre se safam e, bem vistas as coisas, merecem até um certo desprezo.

Cidadão Silvares

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ao vivo (e a cores!)

Segurança Social

Está em andamento a exposição "Pecados Ligeiramente Mortais" que segue o seu caminho em velocidade de cruzeiro. São 13 trabalhos do cidadão Silvares que podem ser vistos ao vivo na Parede do costume e, ao morto, podem ser vistos aqui, aqui e mais acoli.

Como podes ver, incomensurável leitor, é um conjunto de imagens para todas as idades que abordam de forma elevada alguns episódios do quotidiano e fazem-no com muita moral, sempre de acordo com um apertado código de honra e cidadania do mais fino recorte e inegável bom gosto.

Sempre te digo, visitante amigo, que é mais bonito ver estas coisas ao vivo do que ao morto. Além disso, Almada é uma cidade linda nesta época do ano e a vista que se desfruta desde o terraço que é a esplanada do bar do Fórum Romeu Correia pede meças às mais belas paisagens deste nosso Planeta Azul.


sábado, 2 de junho de 2012

o cidadão coloquial, cap. II





mais uma vez o cidadão exemplar dá-lhe conta de como foi mais um grandioso encontro no Museu da Cidade de Almada. desta vez tratou-se, como anunciado, do magnífico colóquio "à conversa com Paula Rosa", com a presença da artista, que nos contou e encantou com o seu enorme talento, trabalho, técnicas, métodos, influências e sorrisos. 
um muito bem haja para ela e para todos os presentes (sem esquecer o Luís cidadão, exemplar organizador e mestre de cerimónias destas e de outras andanças).

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Á conversa com Paula Rosa



Visitantes, espreitadores e leitores deste blogue temos uma proposta para esta 6ª feira, 1 de junho.
Na outra vertente da atividade do projeto organizámos uma conversa sobre o trabalho da Paula Rosa, que esteve exposto n'a parede. A ideia surgiu em torno da utilização das tecnologias digitais no tratamento e transfiguração de imagens, para construção de outras diferentes. Na reformulação das práticas artísticas com a incorporação destas novas ferramentas. Depois, conversando, o tema ampliou-se. Observando com mais atenção os processos e pressupostos das imagens, começou a surgir outra abordagem mais vasta. Se pensarmos bem, aquele tipo de manipulação foi sendo praticado ao longo do séc XX, mas não deste modo. O que, consequentemente, leva a repensar os conceitos das áreas de atuação artística, as ideias que fazemos delas e as relações estabelecidas, nomeadamente entre a fotografia e as artes plásticas.

Não vamos fazer o colóquio aqui, mas o trabalho serve de mote para discutirmos várias coisas que nos possam ser pertinentes, como público e como construtores de imagens. A Paula fará uma apresentação do seu método e perspetiva de trabalho, que é um bom complemento e servirá de suporte às palavras.

Por isso estamos convidando toda a gente para este colóquio no dia
1 de junho, 6ª feira, às 21h, no Museu da Cidade de Almada, ali na Cova da Piedade, perto da paragem do metro.

Aqui vos apresentamos uma imagem, que já publicáramos, da Paula Rosa. Existem mais, lá para trás, neste blogue.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Pecados ligeiramente mortais

3 esplendorosas fotos do cidadão (exemplar) Paulo Nunes que mostram um grupo de cidadãos (exemplares) em plena laboração na montagem da dita cuja exposição


Está patente ao público em geral e a ti, leitor amigo, muito em particular, uma novíssima exposição com o título genérico de "Pecados ligeiramente mortais".


São 13 trabalhos da autoria do cidadão Silvares, uma vez mais pendurados ali mesmo, na Parede do bar do Fórum Romeu Correia, em Almada.

Entre colagens de fotos em  photoshop e pinturas executadas sobre superfícies com colagens e vice-versa, ou um pouco mais ou menos, há um pequeno mundo de significados obscuros esperando pelo teu olhar para se sentirem aptos à execução de movimentos estáticos dentro do teu cérebro.

Confuso? Não tens que temer! Atreve-te a interpelar aquelas coisas e podes esperar uma sucessão de aventuras mentais que, decerto, te permitirão beber uma imperial e comer uma torradinha daquelas, já célebres, que o Ivo se esmera a fazer para gáudio da populaça.

Afinal, com crise ou sem ela, a vida é para ser vivida. Não tens que temer o pecado da gula pois ele é, apenas, ligeiramente mortal.

(para mais informação clica aqui)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Perigo absoluto



Os governantes portugueses têm por hábito e costume abusar do poder que lhes é confiado. Há situações perfeitamente intoleráveis. A de Miguel Relvas é insustentável.

Num país com outra cultura democrática o ministro Relvas já teria apresentado a sua demissão. Em Portugal, o que será necessário para devolver este cidadão a um lugar que esteja de acordo com a sua dimensão humana e política?

O anterior governo brindou-nos com alguns dos episódios mais sórdidos da nossa história recente mas só caiu de podre. O actual governo é de uma aridez absoluta. Ideológica e programaticamente infantil, tem nos seus elementos a prova provada de que, em democracia, qualquer um pode atingir lugares de responsabilidade para os quais não apresenta as menores qualificações técnicas nem humanas. Este governo é lamentável.

Numa época de crise absoluta somos aparentemente governados por um bando de “adultescentes”, nem adultos, nem crianças, que nos conduzem às cegas até à beira de um abismo político e social que, caso acabemos por nele cair, dificilmente dele voltaremos a sair.

O governo é miserável, o presidente da república não sabe ao que anda (alguma vez soube?). Todos juntos não valem nada quando se trata de cumprir as imposições da “troika” e de mais quem realmente manda e tem poder efectivo.

Vivemos tempos de perigo absoluto. O que será necessário para meter esta gente na ordem?

Cidadão Silvares

domingo, 20 de maio de 2012

cidadãos invadem World Press Photo



Hoje foi o último dia para se poder ver a colheita deste ano da exposição World Press Photo. Podem ver a enorme fila, com cerca de 1 hora de espera, para se poder entrar no edifício do Museu da Electricidade. No primeiro dia foi a mesma coisa, o que me levanta uma questão, porque diabo esta exposição de fotografia tem tanto sucesso entre nós, quando não somos grandes consumidores de arte em geral e de fotografia em particular? Será por um qualquer fascínio especial pela foto-reportagem, será uma atracção mórbida e irresistível por sangue e desgraças, será pela mediatização excepcional da coisa que é falada em todos os telejornais, será apenas por uma paixão genuína pela arte fotográfica?
Seja como for, não deixa de ser interessante ver toda aquela gente, aquele público tão, como dizer, heterogéneo, a saltitar de fotografia em fotografia. Mas lá que me faz confusão…

cidadão josé

quinta-feira, 17 de maio de 2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012

cidadão cinéfilo recomenda


 

E já agora, não cheguem atrasados,o início é fantástico.

                                               cidadão josé

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Paula Rosa






Continua patente ao público a exposição de Paula Rosa n'A Parede.

São 5 os trabalhos expostos em sumptuoso preto e branco no formato de 80x80cm. As reproduções aqui apresentadas não fazem justiça ao impacto visual que estas obras causam no espectador que as contacta ao vivo.

Impõe-se uma visita (pelo menos uma) ao local da exposição, como sempre, no bar do Fórum Romeu Correia nesta imponente cidade de Almada.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O 25 de Abril e o pragamtismo


Meu caro 25 de abril

Agora que acabaram as festividades, os discursos inflamados e as polémicas (bastante oportunas, bem vistas as coisas, foram uma pedrada no charco deste pântano estranho em que nos atolámos), queria desejar-te os parabéns pelos teus 38 anos.
Lamento encontrar-te tão maltratado. Bem sei que não é a 1ª crise que suportas e foste sobrevivendo às anteriores, mas esta parece-me a mais grave e não se vêem tratamentos eficazes. Os que te apoiam andam desnorteados, produzem declarações dramáticas em tua homenagem, mas parecem estar encharcados em sedativos que lhes paralisam o cérebro e a imaginação. Talvez sejam os cabelos brancos a sugar-lhes os restos da energia que os tornaram disponíveis e voluntariosos há anos atrás. Perderam o viço e a espontaneidade para agirem, para construírem algo que valha intensamente a pena. Os que te consomem não sabem o que fazer contigo e vão-te desejando cadáver, levando-te a uma morte rápida mascarada de morte lenta. Para eles não passas de um empecilho que, apesar de esvaziado de saúde, ainda dá trabalho. Tratam-te como um chato que se deveria calar definitivamente e desaparecer em seguida pela indiferença e pelas provocações arrogantes. Querem mesmo "fazer-te a folha", porque os verdadeiramente poderosos não ligam a coisas de somenos e querem resultados que não atrapalhem o seu poder discricionário.


Lembro-me, numa das tuas primeiras crises, de os democráticos mandantes e os seus formadores de consciências diagnosticarem até à náusea que o teu problema era o excesso de ideologia. Diziam eles que esse excesso dificultava a caracterização dos verdadeiros problemas, paralisava as aplicação das medidas corretas e dividia a sociedade, impedindo a sua necessária modernização. Afogar-nos-íamos em polémicas estéreis e tu num obscurantismo igual ao do Estado Novo.

O remédio seria adotarmos uma atitude "pragmática".

O pragmatismo é uma corrente filosófica que nega a possibilidade dos conceitos formulados pelo intelecto representarem convenientemente a realidade. Defende que as teorias e o conhecimento só são verdadeiros se agirem sobre a realidade, transformando-a de acordo com as espectativas. Tem um sentido prático que é a sua adequação às necessidades humanas nos seus diferentes contextos. Mas não se reduz à mera defesa do que é prático ou útil, sob o ponto de vista instrumental e imediatista. Afirma que se deve considerar como verdadeiro aquilo que melhor contribuir para o bem estar da humanidade a longo prazo. O pragmatismo não é um relativismo em que se dissolvem as crenças e os valores humanos numa praticismo funcional e utilitário.
Mas foi mesmo este pragmatismo abastardado que foi sendo praticado desde então. Sob o argumento da eficácia foram-se desestruturando formas de pensar e de olhar o mundo, do que resultou uma visão fragmentária e desconexa da vida que isolou as pessoas e as fez olhar quase exclusivamente para o umbigo dos seus pequenos problemas, levando-as a perder a perspetiva de que futuro seria desejável. A crítica à ideologia não é mais que uma ideologia que visa confundir e retirar a capacidade crítica. É a ideologia do poder que confina as suas políticas em gavetas estanques, onde as suas contradições possam passar impunes pois apagaram os modelos que permitiriam observá-las globalmente, deixando campo à retórica de conveniência como afirmação da sua medíocre verdade.


E foi este pragmatismo de gente pouco culta, inchada de autoconvencimento vaidoso, deslumbrada pelas moradias do poder, com tiques dum novo-riquismo modernaço e cheio de mordomias, que dirige os destinos de uma população queixosa, empobrecida, inculta e doente, mas inerte como uma lesma, que originou a tua asfixia debilitante atual. Falam inclusive em suspender-te, o que é um paradoxo, pois voltar-se-ia rapidamente contra muitos desses agentes de poder, porque já se verificou que estão a mais e são ineficazes. Só por lá andam porque são lapas agarradas às cadeiras forradas, alimentadas pela bajulice melosa.

A comemoração do teu aniversário, sinceramente, às vezes faz-me lembrar um auto-de-fé, tantas barbaridades são ditas em tom solene.

Desejo-te melhores dias, embora não sabendo também como isso se tornaria efetivo.

Se não for antes, encontramo-nos de novo no ano que vem, mesmo que o teu dia não seja feriado.

Luís, cidadão

terça-feira, 24 de abril de 2012

cidadão exemplar convida

4ª exposição n’a parede 


terça-feira, 24 de Abril, n'a parede do café-bar do Fórum Romeu Correia, na cidade de Almada, está finalmente patente, para vosso e nosso gáudio e deleite, uma grandiosa mostra de impressionantes digigrafias da autoria da admirável Paula Rosa
é mais uma exposição promovida por este irrequieto Cidadão Exemplar e pelas monumentais torradas do Ivo

portanto já sabem, mexam-se, venham a pé ou de carro, de automóvel ou de barco (e que linda é a viagem até Cacilhas), venham de metro, venham como quiserem, mas venham. é que quem vos avisa...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Nova exposição

 Human DK, 2008, digital mixed media, 80x80cm. (Nº 2/5)

A partir da próxima 3ª feira, 24 de Abril, há nova exposição n'A Parede composta por um conjunto de trabalhos da autoria de Paula Rosa

Brevemente publicaremos mais imagens e informações relativas a esta exposição.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ainda está n' a parede

Dependuradas n' a parede, ainda estão algumas destas fotos e mais outras do projeto photossíntese dos alunos de artes do12º ano, da ES Anselmo de Andrade. Passou uma revoada de vento pelas mesas e as molduras enviesaram, mas as imagens não perderam qualidade. Talvez valha a pena espreitar, enquanto se toma um café nas calmas.

Joana Sobral 

Rui Taveira

Mariana Santos

Márcia Pires

Marco Medeiros - "Aqui ficarei..."

Raquel Gaspar